sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pela cidadania

Membros da Igreja do Evangelho Quadrangular realizam ação social que visa dar vida mais digna a moradores de rua


Ao chegar ao local onde os moradores de rua se encontravam, pude de fato ter uma noção da vida que essa gente leva. Por mais que saibamos dessa triste realidade, vivemos separados dela pela tela da TV, que é por onde essa verdade nos é apresentada. Presenciar por si mesmo essa situação é uma experiência que choca e emociona ao mesmo tempo. Peço licença ao meu “distanciamento jornalístico”, que me propõe analisar de maneira fria os fatos, pois acredito que, para esta matéria explicitar tudo que me significou este dia, terei que escrevê-la da maneira menos fria possível.
Uma vez por mês, membros da Igreja do Evangelho Quadrangular se reúnem e saem às ruas, numa iniciativa que visa auxiliar moradores de rua, dando-lhes algo de comer, e mais do que isso, oferecendo uma palavra de carinho a essa gente tão desamparada.
O projeto surgiu há cinco anos, através do pastor Eduardo Campos e da missionária Marilda Souza, que trouxeram a idéia de São Paulo, onde já realizavam uma ação semelhante. Esta ação social é custeada pela própria igreja, e sobrevive através de doações de seus membros.
 Hoje a iniciativa é coordenada pelo pastor Antônio Carlos Teixeira, que vê no projeto uma forma oferecer mais dignidade à vida destas pessoas: “Essa idéia, surgiu por que é dever nosso, que temos alguma condição, oferecer um pouco de conforto a eles, ainda mais no inverno, onde o frio castiga e muitas vezes eles não têm sequer um agasalho pra vestir, então nosso grupo trabalha para amenizar a vida tão sofrida que levam estas pessoas”. Afirmou Antônio Carlos.
As histórias de vida das pessoas ajudadas é o que mais se salienta de toda a experiência, como por exemplo a história de Paulo Sérgio Ferreira, de 42 anos, que vive na rua desde que saiu da cadeia, após ser preso por não pagar a pensão alimentícia dos filhos. Sua história vai desde o abandono que sofreu por parte da família, até sua luta para se livrar do vício do crack. O que me chamou atenção foi sua felicidade ao afirmar que não se envolveu com a droga no dia em que o entrevistei, e que estas 24 horas que passou longe do crack foi o máximo que ele tinha conseguido ficar sem usar da droga em muitos meses.
Histórias de vida comoventes são capturadas em cada esquina. Sob uma pilha de papelão que mais parecia um amontoado de lixo, se descobre Elton Felício da Silva, de 19 anos, que mora na rua desde que perdeu a mãe há três anos. Ele é usuário de drogas e afirma que deseja largar o vício para ser mecânico.
Elton salienta ainda a importância de ações como a realizada pelo grupo, para dar uma vida mais digna a quem mora nas ruas: “Esse tipo de coisa ajuda demais, pois a gente mora na rua, e não tem ajuda de prefeitura, então essa ajuda que é pouco pra eles que tão ajudando, é muito importante pra gente” disse Elton.

Ouça um trecho da conversa com um dos entrevistados pelo link:

http://www.4shared.com/audio/ClfIRwXH/Recording__3_.htmlRecording(3).mp3[URL=http://www.4shared.com/audio/ClfIRwXH/Recording__3_.html]Recording (3).mp3[/URL]



Foto: Renan Costa
Os realizadores do projeto oferecem uma refeição e uma palavra de afeto aos moradores de rua

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Também posso ser Wilian Bonner"

     A produção jornalística perdeu há muito, seu caráter burocrático, com a informação sendo produzida e veiculada de maneira  hierárquica, onde a comunicação acontecia  unicamente pelo "vetor Mídia- Público". Hoje, as grandes empresas de comunicação perceberam que se é para o público a produção das mensagens, nada mais justo do que deixa-lo produzir o contúdo que lhe agrada.
     O desenvolvimento tecnológico pelo qual a sociedade contemporânea passa, é outro fator que propicia essa nova concepção de participação popular na produção de conteúdo.Hoje em dia qualquer um tem um celular em mãos, que propicia a gravação de um vídeo ou de um audio, ou seja, produção de conteúdo. O imediatismo pelo qual passa a produção de conteúdos jornalisticos, é outro fator que de certa forma facilitou a inserção desta nova gama de produção de mensagens, pois com o advento da internet a produção de conteúdo passou a ser instantânea, as notícias saltam a nossos olhos quase que de segundo em segundo, e muitas vezes os veículos não conseguem atender a essa demanda de produção informativa, usando portanto o público como "repórtes de ocasião".
      Coube então às empresas jornalísticas se adequarem a essa nova realidade, é o caso do portal   de notícias "G1", que reserva ao leitor um espaço de voz através da sessão " VC no G1", que funciona exatamente através da produção de conteúdo jornalístico pelo leitor do portal. O leitor manda o conteúdo, que se for considerado de interesse público, será postado no portal.
     Além de vídeos, os leitores podem enviar fotos de um acontecimento em que esteve presente, mesmo que a imprensa oficial também estivesse lá. Este conteúdo tem além de dar voz ao leitor , o objetivo de explicitar seu ponto de vista de determinados acontecimentos, quebrando a forma robótica pela qual passa a produção de conteúdo feita pelos jornalistas.
     É tendência e deve ser seguida por quem quiser sobreviver, no ramo de produção informativa. A internet deu ao "pessoal da poltrona" uma importância nunca vista. A incersão do público na produção de conteúdo é caminho sem volta para o jornalismo, pois cultua os preceitos da tão em voga interatividade.